O tema desse
comparativo é colocar frente à frente, duas veteranas do mercado de motos - Honda CG e Yamaha YBR Factor contra uma novidade que é a Dafra Apache 150. A CG tem nada menos que 34 anos de
mercado, e em nada lembra o franzino modelo lançado em 1976: ficou
maior, mais bonita, ganhou motor totalmente novo e até a injeção
eletrônica flex, exclusiva na categoria. A YBR Factor atual é fruto de 10 anos
de evolução e também fincou sólida estrutura no mercado, consolidada
com a sua nova versão Factor que trouxe beleza para acompanhar suas grandes
virtudes, como motor supereconômico e suspensões excepcionalmente bem
acertadas para nosso solo.
Neste comparativo colocamos
essas motos em confronto, com uma particularidade: as três são
participantes de nosso teste Longa Duração, ou seja, não são motos
novinhas, mas sim veículos com certa idade no lombo. Com essas três motos
realizamos uma viagem-teste de 700 km, completando um leque de
informações que certamente vão ajudá-lo a fazer a opção certa.
Estilo
Apache 9
CG 7,5
YBR 8,5
Se agrada a todos não sabemos, mas o fato é que a bola da vez no
quesito estilo é a Apache. Na viagem-teste foi a que mais chamou a
atenção e mereceu elogios, apesar de esquisitices como o spoiler
detalhado demais e aletas do tanque de gosto duvidoso. Em compensação
traz um painel magnífico (o item que mais lhe alavancou nota) e
acabamento ao nível das rivais. Inexplicavelmente, as belas rodas de
liga ficam devendo pneus sem câmara. A CG tem design atual, mas muita
gente ainda torce o nariz para a carenagem de farol, que já mereceu até
reestilização por parte da Honda. Mas a peça continua um pouco estranha,
e não duvidamos que logo logo seja totalmente remodelada. Outro ponto
discutível é o tanque de gasolina, pois na ânsia de aumentar a autonomia
(ou mantê-la em nível aceitável ao se usar álcool) deixaram-no gorducho
demais, sacrificando um pouco tanto a estética quanto o conforto do
piloto, que se vê obrigado a manter as pernas abertas. O painel da moto
ficou feio depois que surgiu o da Dafra…Por sua vez a YBR Factor ficou bastante
simpática quando ganhou a bela maquiagem de 2008 que a transformou em
Factor. Agradou à maioria dos consumidores, notadamente na versão ED que
traz rodas de liga-leve belas e seguras, pois além de fortes recebem
pneus sem câmara, que de tão mais seguros deveriam se tornar
obrigatórios por lei nas motos. A exemplo da CG, a YBR precisa ter
renovado urgentemente o painel, pois ficou muito sem-graça diante
daquele da Apache.
Apache 7,5
CG 8
YBR 7
A CG ganha na velocidade máxima, chegando a 109 km/h. Desta vez a
velocidade da Apache ficou um pouco aquém daquela registrada no teste
passado, com 107 km/h. A lanterninha, naturalmente (tem motor menor) foi
a YBR, com coerentes 105 km/h. Na aceleração de 0 a 80 km/h deu CG de
novo, com 13,8 segundos, contra os 14,3 segundos da Apache e os 14,8
segundos da YBR. Na cidade, isto se traduz numa só coisa: a Honda é mais
ágil, mas seu motor é tão silencioso e suave que o piloto nem percebe a
velocidade chegando. Ele acaba por se habituar a “andar forte”, e
portanto é preciso ficar atento ao velocímetro para não infringir a lei.
A Dafra acompanha de perto, mas como seu motor é mais rumoroso e
vibrador, “informa” mais claramente ao piloto quando os giros vêm. A
Yamaha fica um pouco atrás, mas também é uma moto excelente para o dia a
dia, com a vantagem de ter menos sede que as rivais e a melhor
desenvoltura entre os carros engarrafados. Na estrada, na prática as
três podem andar praticamente juntas, com a ajudinha do vácuo no caso da
Yamaha, que lhe permite ficar colada às concorrentes. Sem vácuo vai
ficando pouco a pouco para trás, mas esses 2 ou 4 km/h a menos na
velocidade não nos parecem um fator muito decisivo na hora de escolher
entre uma ou outra moto.
Apache 7,5
CG 8,5
YBR 8
A CG usa um motor do tipo “não-tem-pra-ninguém”: é realmente
impressionante o que o sr. Hiroyuki Itoh (mesmo projetista da linha RR)
preparou para a Honda, obtendo uma máquina ao mesmo tempo potente,
econômica e, sobretudo, extremamente suave e silenciosa. Equipado com
eixo balanceador, sistema de comando totalmente roletado e alimentação
eletronicamente controlada, mostra nos números e na prática que está num
patamar acima dos rivais – ainda que o motor da YBR também seja moderno
e exiba dotes semelhantes, até porque também tem eixo balanceador e um
projeto relativamente atual. O motor da Apache representa uma guinada da
Dafra a 180º em relação ao que havia na sua antiga utilitária 150 (a
Speed, que utilizava mecânica Honda OHV, e deixou de ser fabricada). Ela
traz um OHC com um jeitão Suzuki, talvez herança dos tempos em que a
TVS, empresa indiana que projetou a Apache, tinha associação com a marca
japonesa para produzir motos na Índia. O destaque é o sistema de
ignição IDI (Inductive Digital Ignition), que de acordo com a fabricante
garante duração de faísca seis vezes superior à do tradicional sistema
CDI (Capacitive Discharge Ignition). Com isso a combustão se processa
mais rápida e completamente, melhorando o funcionamento do motor e até
reduzindo consumo e emissões.
Apache 8,5
CG 9
YBR 10
Em geral a YBR Factor gasta menos, mas se o piloto da CG diminui seu ímpeto
para acompanhar a moto da Yamaha, vai aferir consumo praticamente igual –
e ainda pode obter vantagem extra se o preço do álcool estiver propício
na sua região. Pelo desempenho que oferece, pode-se concluir que a
Honda aproveita melhor cada gota de combustível, o que era esperado pela
maior precisão do sistema de injeção eletrônica comparando com o
carburador, peça de museu. Com a ajuda do sistema IDI a Apache não fica
longe em economia, mas seu maior peso em relação às concorrentes a
prejudica um pouco. As médias urbanas foram de 44 km/l (YBR), 42,5 km/l
(CG) e 40 km/l (Apache), todas abastecidas com gasolina. Na estrada os
números foram, respectivamente, 31,1, 28,1 e 27,8, mantendo-se a
vantagem da Yamaha, mas com uma ressalva: os pilotos que a conduziram
usaram e abusaram do vácuo das concorrentes “maiores”, o que pode ter
dado uma mãozinha à sua economia… Os tanques têm capacidade de 13 litros
(Yamaha), 16,1 l (Honda) e 15 litros (Dafra), o que garante autonomias
mais que suficientes e até causa uma certa queda de agilidade quando
estão abarrotados de gasolina!
Câmbio
Apache 7,5
CG 7,5
YBR 7,5
O câmbio da Honda tem engates mais precisos e suaves, com a ajuda dos
grandes coxins de absorção de choques da coroa. Mas a CG também traz a
pior corrente, tipo 428 sem reforço, que mal dura 10.000 km. YBR e
Apache são equipadas com a mais robusta corrente 428H, a mesma que no
passado acompanhava a pequena Honda. Os câmbios de Yamaha e Dafra quase
se equivalem – o quase fica por conta do sistema de alavancas da Apache,
que sempre traz algum prejuízo na precisão dos engates, fato que em
geral se agrava com o passar do tempo, pois as conexões vão se
desgastando e folgas maiores vão surgindo.
Apache 7,5
CG 8
YBR 7
Todas têm freio a disco dianteiro, mas o que funciona melhor é o da
CG, que trabalha com uma eficaz pinça de dois pistões de reação precisa,
rápida e poderosa. Esquema semelhante tem a Dafra, que utiliza disco
até maior, mas com resultado final um pouco inferior. O disco
“lanterninha” é o da YBR, tanto pela pinça monopistão quanto pelo
desenho do manete muito próximo da manopla, reduzindo o curso de
acionamento e a eficiência do sistema. Atrás só tambores, na medida 130
mm. Os de CG e Dafra funcionam um pouquinho melhor que o da Yamaha,
apesar de este ter a mesma medida.
Estabilidade
Apache 7,5
CG 8
YBR 8
Em asfalto liso a Honda leva uma pequena vantagem, por ter as
suspensões mais rígidas combinadas a ótimos pneus (com a providencial
câmara Tuff Up autoreparadora no traseiro). Mas lhe faltam pedaleiras
retráteis (como as da Dafra), o que evitaria situações de risco no
limite de inclinação. A Yamaha exibe suspensões muito estudadas para
nosso solo: são as mais macias mas não prejudicam a estabilidade – ou
seja, foram utilizadas molas bem flexíveis, mas compensadas por acertos
na hidráulica e pneus exemplares. Foram as mais elogiadas por todos os
pilotos do teste. As suspensões da Dafra, apesar dos exclusivos
amortecedores traseiros com reservatório externo de gás, agradaram um
pouco menos a todos os pilotos envolvidos neste teste, sendo apontados
até pequenos balanços em curvas de alta, nada muito
comprometedor.
Conforto
Apache 7
CG 7
YBR 8
Olha as suspensões da Factor
brilhando de novo! Mesmo com 22.000 km nas costas ainda garantem
conforto a piloto e garupa, sem falar que a moto da Yamaha traz o melhor
banco, largo e com espuma bem acertada. O motor Honda traz muito
conforto à pilotagem, com maior torque e suavidade operacional, mas
muitos consideram que a fabricante exagerou na firmeza de suspensões e
do banco, sacrificando o conforto principalmente em pisos esburacados e
em longos trajetos sem descanso. A Dafra fica num meio-termo, com
suspensões e banco de maciez mediana, mas com o motor um pouco mais
áspero e vibrante – sem falar na posição de pilotagem mais esportiva – e
cansativa – que a das rivais, as quais privilegiam principalmente o
conforto e a praticidade de uso, com guidões mais altos e pedaleiras
mais à frente.
Apache 9
CG 7
YBR 7
Os painéis de YBR e CG têm o mínimo necessário, com velocímetro,
marcador de combustível, hodômetro total e parcial e várias luzes-espia.
Na Honda, há como extras faixas de utilização de cada marcha e as
luzes-alerta do sistema Mix. O painel da Apache é de um nível superior,
inspirado em motos maiores, mais modernas e esportivas. Traz dois
hodômetros (parcial e total), relógio, indicador de combustível,
indicador de carga de bateria, programa de alerta de manutenção,
contagiros analógico, registrador da velocidade máxima alcançada e
marcador de tempo de aceleração. E à noite revela uma iluminação
excelente e com controle de intensidade, luxo só. Eficaz e de custo
quase zero é a moldura do contato luminescente, uma sacada
interessantíssima e que facilita mito colocar a chave no contato à
noite.
Apache 8,5
CG 7
YBR 8
Os faróis de todas têm lâmpadas halógenas de 35W, mas o refletor da
Honda apresenta resultado prático um pouco melhor. Só a Apache tem um
sistema que pode reduzir a potência do farol durante o dia, o que deve
aumentar a durabilidade da lâmpada. Somente esta moto e a Yamaha têm
interruptor de emergência do motor e lampejador do farol alto, faltas
inacreditáveis da CG, que usa comandos bem antiquados. Mas o lampejador
da YBR não funciona quando o farol alto está aceso, devido a um
inexplicável erro de projeto. Todas as baterias são seladas, não usando o antiquado modelo que requer manutenção
constante e que ainda poderia derramar ácido. Botões de piscas desarmáveis por
um toque há em todas. As melhores buzinas (sim, ela tem duas, com
sonoridade agradável) são as da Dafra, a única que possui ainda lanterna
traseira com leds.
Mercado
Apache 6
CG 8
YBR 7,5
A Honda continua a mais forte no mercado, mas é notável como a Yamaha
cresceu e se consolidou, de modo reforçado a partir da reestilização. A
Apache ainda está conquistando seu lugar ao sol. No 1º quadrimestral de
2011 a CG abocanhou 35,6 % do segmento, a YBR 10% e a Apache 1,3 %.
Tais números indicam um crescimento da Apache neste ano, da ordem de
0,3% face ao nº de vendas de 2010, crescimento este feito em cima de
ambas concorrentes em proporções diferentes pois Yamaha perdeu 0,6%
enquanto que Honda apenas 0,1% diante do resultado do ano passado.
Conclusão
Apache 85,5
CG 85,5
YBR 86,5
Neste comparativo de motos usadas nos nosso Testes de Longa
Duração, percebemos que tanto a YBR quanto a CG, notadamente esta
última, sofreram muito pouco com o passar do tempo e dos quilômetros. A
Apache igualmente foi bem nos seus primeiros milhares de quilômetros,
apesar de, ao final da viagem-teste reportada a seguir, ter apresentado
um motor mais ruidoso. Um bom trunfo para a novidade, que infelizmente
não se concretizou da maneira que esperávamos (leia-se: a moto ficou
cara!), seria o preço. A Dafra custa R$ 6.550, não muito longe do valor
de uma CG 150 Titan ES Mix, por R$ 6.781, e do que pedem pela YBR 125
Factor ED, R$ 6.988. Mas, ao menos em cidades como São Paulo, uma
vantagem da Dafra é a pouca procura por assaltantes! Topam tudo! – Além
de enfrentar o teste Longa Duração, com diferentes pilotos de diferentes
estilos de pilotagem torturando-as no dia a dia, estas motos encararam
uma viagem-teste de 700 km pelo interior de São Paulo.O roteiro incluiu
até 40 km de terra, onde a YBR foi a preferida graças ao maior conforto e
às suspensões melhor calibradas para a ocasião.
8 comentários:
Minha primeira moto foi uma susuki 125 depois tive
duas 100 cc biz e duas cg 125 munha proxima será
uma yamaha 125.
Eu prefiro a apache essa diferença não muda nada
TIVE UMA CG MIX,MUITO BOA,MAS FALTA UM PAINEL DIGITAL E UM PREÇO MAIS BAIXO. MOTO É ALTERNATIVA PRA QUEM NÃO TEM GRANA PRA COMPRAR UM CARRO E NÃO PODE SER TÃO CARA A PONTO DE VOCÊ PREFERIR COMPRAR UM CARRO USADO E TER MAIS CONFORTO. CG MIX AQUI NO DF TEM O PREÇO MINIMO DE 7500, MUITO CARA PRA UMA MOTO DE BAIXA CILINDADA, UMA NEXT DAFRA CUSTA 10500.
Ridículo, um teste tendencioso para a honda que leva vantagem em praticamente tudo.
Mesmo sendo a única com motor 125cc a YBR ganhou o teste! :)
Eu tenho uma factor,e estou muito satisfeito,so tenho a agradecer a yamaha,pois uso minha moto pra para passiar e trabalhar,essa moto me traz tantos beneficios que esta me sobrando ate uma grana pra compra um carro,obrigado yamaha.
Eu tenho uma factor,e uma exelente moto ela so me traz beneficios eu uso ela pra passiar,e para o trabalho,eu so tenho a agrader a yamaha,por que graças a factor esta me sobrando uma grana ate pra compra um carro,obrigado yamaba.
E ai galera vamos todos pra yamaha,ela sem sombra de duvidas e a melhor.
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